A transformação digital chegou ao coração do sistema financeiro. O que antes era domínio exclusivo de bancos e instituições tradicionais, hoje se tornou uma avenida estratégica para empresas de todos os setores. Esse movimento — conhecido como fintechzação — está remodelando os modelos de negócio, fortalecendo o relacionamento com os consumidores e criando novas oportunidades de receita recorrente.
A fintechzação é a integração de elementos típicos das fintechs, como contas digitais, carteiras de pagamento, crédito, entre outros, em empresas cujo core business não é originalmente o setor financeiro. Esse não é um movimento pontual ou local. Segundo uma análise realizada pelo Boston Consulting Group (BCG) em parceria com a QED Investors, a receita global das fintechs deve atingir US$ 1,5 trilhão até 2030, o que representa um crescimento de seis vezes em relação ao volume atual.
Na América Latina, o ritmo é ainda mais acelerado: o setor deve crescer a uma taxa de 29% ao ano, com Brasil e México liderando essa expansão.
O comportamento do consumidor também confirma esse avanço. De acordo com uma pesquisa, quase 80% dos brasileiros já mantêm contas simultaneamente em bancos tradicionais e digitais — um salto considerável em relação a 2020, quando esse número era de apenas 37%. Isso mostra que o cliente já está preparado para esse novo modelo de relacionamento financeiro. A pergunta agora é: sua empresa também está?
Casos que mostram o poder desse movimento
Diversas marcas já começaram essa jornada com grande sucesso. O Magalu criou o MagaluPay; o Mercado Livre estruturou o Mercado Pago; a Vivo, com o Vivo Money, também passou a atuar em crédito; e a Apple integrou soluções como o Apple Card e Apple Pay ao próprio hardware dos seus dispositivos.
A Natura é um exemplo emblemático de como a fintechzação pode ser aplicada de forma estratégica por grandes empresas que já possuem uma base de clientes sólida e altamente engajada. Ao integrar soluções financeiras ao seu ecossistema, a companhia passou a oferecer serviços como conta digital para consultoras, antecipação de recebíveis e meios de pagamento próprios, transformando o relacionamento com sua rede em uma fonte adicional de valor. Com isso, não apenas aumentou a eficiência financeira do negócio, como também fortaleceu o vínculo com suas consultoras, gerando inclusão financeira e fidelização.
Essas iniciativas não apenas geram novas fontes de receita, como também aumentam a retenção, ampliam o tempo de relacionamento e fortalecem a experiência do cliente dentro dos ecossistemas dessas marcas. Fintechzação, nesse contexto, não é apenas uma estratégia financeira — é uma decisão de posicionamento competitivo.
A boa notícia é que qualquer empresa com um ecossistema digital relevante pode considerar a fintechzação como parte da sua estratégia de crescimento. Varejistas, por exemplo, podem incorporar meios de pagamento próprios, oferecer crédito direto ao consumidor ou fornecedores, emitir cartões e criar carteiras digitais que incentivam o consumo dentro da sua própria rede.
Esses serviços agregam valor real ao negócio, aumentam o ticket médio, ampliam o ciclo de vida do cliente e geram dados valiosos para decisões mais inteligentes.
A tendência de fintechzação é tão relevante que algumas organizações já começaram a investir seriamente para seguir por esse caminho. De olho nesse cenário, a Finscale, empresa parceira da Ivy, desenvolveu um programa exclusivo para empreendedores que querem entrar nesse jogo com estratégia e velocidade.
Em até 12 semanas, é possível entender o passo a passo para “fintechzar” seu negócio, explorando oportunidades em pagamentos, empréstimos, câmbio, investimentos, seguros, gestão financeira e tendências como Open Finance, Real Digital e Web3. O conteúdo é ideal tanto para quem está começando com uma ideia inovadora e escalável, quanto para quem já possui uma empresa — financeira ou não — e quer avaliar como a fintechzação pode gerar eficiência financeira e abrir novas linhas de receita.
Os desafios desse caminho
É importante dizer com clareza: não se trata de uma jornada trivial. A fintechzação pode até parecer simples quando observamos os resultados prontos, mas a implantação exige planejamento, conhecimento técnico e visão estratégica.
Falo isso com propriedade porque, ao longo da minha trajetória à frente da Ivy, acompanhei de perto diversas empresas que tentaram trilhar esse caminho sozinhas e se depararam com obstáculos relevantes. O primeiro passo a se dar é a formação de parcerias estratégicas, que são essenciais para acessar infraestrutura bancária, redes de pagamento, serviços de custódia, processamento de transações e compliance.
Outro ponto crítico é a conformidade regulatória. Mesmo quando a empresa não possui uma licença financeira própria, ela precisa operar em parceria com instituições que tenham. E isso exige análise jurídica, alinhamento regulatório e construção de modelos de negócio compatíveis com o que o Banco Central e os órgãos reguladores exigem.
Na parte técnica, há ainda um desafio grande na integração de sistemas, na segurança cibernética, na governança de dados e na construção de uma jornada de usuário fluida e segura. São projetos que exigem profissionais altamente qualificados em áreas como desenvolvimento, arquitetura, cloud, devsecops e regulação financeira.
Por fim, é necessário desenhar e manter uma operação de atendimento e suporte ao cliente compatível com os serviços que serão oferecidos, incluindo canais de relacionamento, resolução de conflitos, educação financeira e apoio técnico.
Procure empresas com expertise
No Grupo Ivy, temos acompanhado e liderado esse movimento com uma abordagem pragmática, segura e estruturada. Um exemplo concreto disso foi o desenvolvimento do BIA – Banco de Incentivos da Amazônia, o primeiro banco digital da região. Mais do que uma solução tecnológica, o BIA representa o impacto da fintechzação na inclusão social e na ativação econômica de uma região inteira.
Levamos para o BIA a experiência completa: da arquitetura de sistemas ao compliance regulatório, da integração com redes bancárias ao onboarding digital com segurança total. E é com essa mesma visão que temos apoiado grandes empresas na criação de suas próprias estruturas financeiras, construindo com solidez o que chamamos de core financeiro digital.
A fintechzação é uma decisão estratégica, e o momento é agora. O mercado está pronto, e o consumidor já aderiu – e assim, as oportunidades se multiplicam. Fintechzação não é sobre virar banco. É sobre aumentar relevância, controlar mais etapas da jornada do cliente e gerar novas formas de receita — com inteligência e segurança.
Se você está considerando esse caminho, ou já deu os primeiros passos e quer acelerar com consistência, nós, na Ivy, estamos prontos para ser seu parceiro estratégico nessa jornada. Do planejamento à operação, entregamos soluções completas para transformar sua visão em realidade. Vamos conversar?
