Hoje traremos uma leitura sobre as amplas oportunidades que temos quando o assunto é integração entre sistemas. Já sabemos que os sistemas conversam entre si o tempo todo e as decisões são tomadas em frações de segundo. E é neste cenário que as APIs se tornaram o elo invisível que conecta negócios, pessoas e tecnologias. E como todo elo crítico, elas precisam ser fortes — e seguras.
Tenho acompanhado de perto a transformação digital em diferentes setores. E uma coisa é certa: quando uma API falha em segurança, o estrago não é só técnico. É estratégico. A confiança vai embora, a credibilidade sofre e, muitas vezes, o impacto financeiro é imediato. Um token de acesso vazado pode representar o sequestro de dados sensíveis, movimentações indevidas ou até o comprometimento de todo o ambiente.

Por isso, compartilho aqui 12 práticas que são indispensáveis para quem leva tecnologia a sério e que, na prática, fazem toda a diferença em ambientes de alta escala e exposição:
1. HTTPS como padrão mínimo
Tudo começa com o básico, mas nem por isso menos importante: usar HTTPS com certificados válidos e atualizados. Criptografar a comunicação entre cliente e servidor deveria ser mandatório em qualquer API moderna. O uso de TLS 1.2 ou superior garante que dados sensíveis como tokens, senhas e payloads não sejam interceptados por ataques man-in-the-middle (MITM). Ainda assim, vemos ambientes expostos com HTTP simples ou certificados mal configurados.
2. OAuth2 para autenticação delegada
OAuth2 entra como um passo além na segurança. Ele permite que aplicações acessem recursos em nome dos usuários, sem expor credenciais diretamente. É a base para cenários como SSO (Single Sign-On), integração com plataformas de terceiros (ex: Google, Microsoft, GitHub) e controle granular de escopos de acesso. A implementação correta exige atenção à expiração de tokens, refresh tokens e revogação.
3. WebAuthn como avanço na autenticação sem senha
Para quem busca o que há de mais avançado, WebAuthn representa o futuro da autenticação. Com suporte a chaves FIDO2, biometria e criptografia assimétrica, ele elimina o uso de senhas, reduzindo significativamente o vetor de ataques por phishing e brute force. É ideal para APIs que fazem parte de produtos com alto volume de acessos e exigência de segurança reforçada.
4. API Keys com escopo e granularidade
Chaves de API com níveis de permissão são uma camada necessária. Uma API Key pode ser limitada por escopo, tempo, origem de IP e até método (GET, POST). Isso impede o uso indevido, reduz o risco de vazamento e facilita auditorias. Ferramentas como HashiCorp Vault e AWS Secrets Manager ajudam a gerenciar e rotacionar essas credenciais com segurança.
5. Autorização granular baseada em roles (RBAC ou ABAC)
Permitir que um usuário visualize um dado é bem diferente de permitir que ele o modifique. Implementar RBAC (controle baseado em papéis) ou ABAC (controle baseado em atributos) dentro da API permite segmentar o acesso a endpoints ou funcionalidades com base em regras de negócio e perfis de usuário, essencial em sistemas multitenant e plataformas B2B.
6. Rate limiting e throttling para proteger a infraestrutura
Controlar o número de requisições por IP, usuário, token ou chave evita abusos e mitiga ataques de negação de serviço (DoS). Técnicas como leaky bucket e token bucket são comumente usadas em API Gateways modernos como Kong, NGINX, Apigee e Amazon API Gateway.
7. Versionamento inteligente da API
Separar versões de forma clara (ex: /v1/, /v2/) evita que mudanças quebrem integrações existentes. Além disso, práticas como deprecation warnings, changelogs e documentação sincronizada com ferramentas como Swagger/OpenAPI promovem transparência e controle no ciclo de vida da API.
8. Allowlists para controle de origem
Restringir chamadas com base em listas de IPs confiáveis, domínios autorizados ou certificados client-side fortalece o perímetro de segurança. É uma técnica simples, mas eficiente, especialmente quando usada em conjunto com mecanismos como Mutual TLS (mTLS).
9. Conformidade com o OWASP API Security Top 10
Trata-se de um guia essencial para evitar os principais riscos de segurança em APIs, como Broken Object Level Authorization, Excessive Data Exposure, Injection, Mass Assignment, entre outros. Ferramentas como OWASP ZAP, Burp Suite e Postman podem ajudar nos testes e validações de segurança.
10. API Gateway como camada central de governança
Mais do que um balanceador de carga, um API Gateway como Kong, Tyk, WSO2 ou Amazon API Gateway centraliza autenticação, logging, quotas, caching, reescrita de URLs, detecção de anomalias e políticas de segurança. Ele se torna um ponto estratégico para observabilidade e governança técnica.
11. Tratamento seguro de erros
Erros acontecem. Mas como você os expõe faz toda a diferença. Nada de retornar stack traces, mensagens de banco de dados ou estrutura interna da aplicação. Use mensagens padronizadas (ex: {“error”:”Invalid credentials”}), log detalhado do lado do servidor e códigos de status HTTP corretos (401, 403, 429, etc.).
12. Validação rigorosa de entrada (input validation)
Toda entrada precisa ser validada antes de ser processada. Isso inclui tipo, tamanho, formato e conteúdo. APIs RESTful ou GraphQL expostas sem validações robustas são alvos fáceis para SQL injection, XSS e exploração de lógica de negócio. Bibliotecas como Joi (Node.js), Marshmallow (Python) e FluentValidation (.NET) ajudam a estruturar essa proteção.
Essas práticas não são conceitos teóricos. São aprendizados que colocamos em prática diariamente na Ivy. Estivemos na linha de frente da criação do primeiro banco digital do Amapá, em um projeto que combinou inovação, sustentabilidade e segurança em um dos contextos mais desafiadores do país. Implementamos uma arquitetura baseada em microserviços, com autenticação federada, monitoramento contínuo e compliance regulatório — tudo isso sustentado por APIs seguras, bem documentadas e resilientes.
Seguimos ajudando grandes indústrias, startups e empresas em processo de transformação a construírem soluções sólidas, confiáveis e escaláveis.
Se você busca apoio para evoluir a segurança das suas APIs — e transformar isso em um diferencial competitivo, a Ivy pode te ajudar.
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