Ser líder de TI em uma empresa de tecnologia inovadora como a Ivy é um privilégio muito grande. Seja pela liberdade e o encorajamento de estar sempre inovando, seja por me tornar um exemplo para as mulheres que querem desenvolver uma carreira na área, sinto que a Ivy me auxilia neste caminho.
Mas a realidade não é bem assim para a maioria das mulheres que tentam atuar em tecnologia. Mesmo com os avanços que observamos em políticas de diversidade, muitas mulheres na nossa área continuam sentindo que precisam dar muito mais de si para serem vistas e reconhecidas. O recente estudo da Acronis sobre a presença feminina na TI revela que 71% das mulheres na área relatam trabalhar mais horas para aumentar suas chances de promoção. Esse número me choca, mas infelizmente, não me surpreende.
Ao longo da minha carreira, já observei diferentes cenários. Algumas empresas, mesmo sem perceber, cultivavam ambientes que favorecem os homens. Há uma expectativa não dita de que as mulheres precisavam provar que “tinham lugar” na área, e isso, ao longo do tempo, cria um desgaste. Essa expectativa leva muitas mulheres a se dedicarem muito mais do que seus colegas homens, com a esperança de alcançar as mesmas oportunidades.
Por isso falo com orgulho da da Ivy, pois acredito que não só a minha, mas a experiência de diversas colegas de trabalho tem sido positiva. Temos políticas de incentivo ao equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho e programas de desenvolvimento voltados para promover talentos femininos. Além disso, o apoio dos meus colegas, tanto homens quanto mulheres, tem sido fundamental para que eu consiga crescer e me consolidar como líder.
Contudo, sei que minha experiência não é uma realidade para todas as mulheres no setor de tecnologia. Essa desigualdade de reconhecimento e crescimento impacta tanto as mulheres quanto as empresas. Quando lideranças femininas estão ausentes ou limitadas, perde-se uma parte valiosa da inovação e da diversidade de pensamento, que são fundamentais para a resolução de problemas complexos na TI.
Uma equipe composta apenas por homens ou apenas por mulheres não consegue cobrir todo o espectro de perspectivas necessárias para um desenvolvimento tecnológico verdadeiramente inclusivo e disruptivo.
Aqui na Ivy, temos nos empenhado em construir um ambiente mais inclusivo e, como líder, faço questão de apoiar outras mulheres no seu desenvolvimento profissional. A mentoria é uma ferramenta que uso ativamente; quero que elas sintam que têm apoio e que há quem acredite no seu potencial. Sempre digo que nosso sucesso não pode vir à custa do equilíbrio de vida, e, na minha posição, tento ser um exemplo de que é possível crescer e ser reconhecida sem precisar ultrapassar os limites do que é saudável.
Outro ponto que acho importante e defendo é que qualquer oportunidade de capacitação deve ser acessível a todas. Também acho importante e costumi incentivar a troca de experiências, pois ter cases para se inspirar auxilia no crescimento e traz confiança de que o esforço vale a pena.
Não posso deixar de mencionar a importância de políticas corporativas que favoreçam o equilíbrio e a igualdade, como equidade salarial e contratação ativa de mulheres em TI. Esses princípios são fundamentais para reter talentos e garantir que mulheres possam crescer na carreira sem a necessidade de “dobrar a carga”.
Ainda há um longo caminho pela frente, mas acredito que, com líderes e empresas comprometidos, podemos mudar o cenário da TI. Nossa contribuição feminina enriquece a tecnologia e a torna mais humana. Para cada mulher que sente que precisa trabalhar mais para crescer, meu desejo é que a gente continue transformando essa realidade, até que as oportunidades sejam, de fato, iguais para todos.