Falamos muito por aqui sobre as fraudes cibernéticas, mas resolvi escrever este artigo para falar sobre as fraudes transacionais, também conhecidas como fraudes financeiras, que têm se tornado uma verdadeira crise pública no Brasil.
Vemos muitas campanhas de conscientização, com alguns bancos até mesmo fazendo propagandas sobre o tema em comerciais de TV. Mesmo assim, o número de brasileiros que caem em golpes digitais cresce exponencialmente. Segundo um estudo da BioCatch, 20% da população foi vítima de fraudes financeiras apenas no último ano, e o prejuízo já ultrapassa a marca dos R$ 2 bilhões.
A grande maioria das fraudes (nove em cada dez) ocorre em dispositivos móveis e, frequentemente, durante o horário comercial, através de técnicas de engenharia social como o contato pela “falsa central”.
Aqui faço uma provocação em cima de algo controverso: enquanto a tecnologia facilita o combate a esses crimes, também alimenta práticas cada vez mais sofisticadas de fraude. Hoje, os cibercriminosos possuem conhecimentos profundos de comportamento humano e se aproveitam disso utilizando ferramentas capazes de simular vozes, criar falsos perfis e usar “contas laranjas” para dificultar o rastreamento do dinheiro.
A solução para esse problema exige uma abordagem educadora com o consumidor, além do reforço das camadas de proteção das instituições financeiras. Além disso, vejo a necessidade cada vez maior de nos defendermos com a mesma moeda dos cibercriminosos, ou seja, utilizando a tecnologia.
Existem inúmeras camadas de proteção que podem ser aliadas, especialmente o uso de biometria comportamental e inteligência artificial, o que possibilita monitorar e prever atividades suspeitas. Bancos e empresas de pagamento já possuem acesso a recursos avançados que, quando bem implementados, são eficazes para a detecção de fraudes.
Aqui na Ivy, por exemplo, temos expertise no setor financeiro e já auxiliamos instituições com um trabalho robusto, aproveitando toda a experiência de nossos profissionais, aliada com as melhores ferramentas do mercado. Atualmente, também estamos à frente das inovações do Banco BIA, o primeiro banco digital da Amazônia, o que nos traz ainda mais experiência para lidar com estes desafios. Deixo aqui um link para quem quiser entender melhor nossa atuação.
Falo da tecnologia porque vejo que a falta de maturidade em seu uso faz com que ela ainda não tenha se provado como uma via de mão dupla. Em nossa experiência junto ao mercado, é fácil observar como golpistas são rápidos em adaptar suas táticas. Sem uma estratégia clara e coordenada entre empresas e consumidores, a tecnologia continuará a ser mais um campo de batalha.