Uma das principais inovações que vão agitar o setor financeiro em 2024 é a chegada do Drex. A nova moeda digital brasileira foi anunciada pelo Banco Central no ano passado e, desde então, gera muitos questionamentos nas pessoas, principalmente com relação ao uso desse recurso. Além disso, muitos se perguntam sobre qual a diferença do Drex para o PIX, meio de pagamento que já caiu nas graças do brasileiro.
Apesar de Drex e PIX serem criações do Banco Central, elas representam modalidades distintas, O PIX, como quase todo mundo já sabe, é uma plataforma de transferência instantânea entre contas bancárias. Já o Drex é uma representação do real, a moeda brasileira, no ambiente digital.
O que é o Drex?
Ao contrário do que pode parecer, o Drex não é uma criptomoeda, mas apenas a representação digital do real. As criptomoedas tradicionais, como o Bitcoin, operam de forma descentralizada e sem a chancela de qualquer entidade ou governo. Já o Drex é respaldado pelo Banco Central do Brasil.
Enquanto o valor das criptomoedas é determinado pela oferta e demanda do mercado, sendo variável, o Drex tem seu valor atrelado ao Real.

O objetivo é que essa moeda digital facilite as transações e o comércio, integrando pagamentos e outras operações financeiras ao sistema monetário. Ou seja, o Drex será uma alternativa inovadora ao dinheiro físico.
A título de curiosidade, vamos entender um pouco mais sobre o nome Drex, anunciado pelo banco central:
D — digital;
R — real;
E — eletrônico;
X — modernidade e conexão, o mesmo conceito aplicado na última letra de PIX
Drex não vai substituir o PIX
Lançado oficialmente em fevereiro de 2020 pelo Banco Central, o o PIX rapidamente caiu nas graças da população brasileira. Em 2023, as movimentações via esse método de pagamento cresceram 54%, acumulando R$ 16,9 trilhões.
Por isso, muita gente pode ficar confusa sobre qual o papel do Drex e se ele irá substituir o PIX. Mas a resposta imediata a essa pergunta é não. Ao contrário disso, o Drex chega para complementar o sistema financeiro.
Quando usar o Drex?
O Drex promete trazer mais agilidade e, principalmente, segurança nas transações. Com ele, será possível novos contratos inteligentes, processos de tokenização, compras de títulos públicos, transações imobiliárias, etc.
Ou seja, o Drex vai além da simples transferência bancária, como ocorre com o PIX. Ele será utilizado para quando o pagamento exigir múltiplas condicionantes, trazendo a segurança tanto para o comprador quanto para o vendedor, por exemplo, de que tanto o dinheiro quanto o produto estejam liberados apenas na finalização da transação. Quer um exemplo?
Digamos que você vai comprar uma casa e quer ter a certeza de que o valor do pagamento só sairá de sua conta quando o imóvel estiver em seu nome. Ao mesmo tempo, o bem não irá passar para seu nome enquanto o saldo não sair de sua conta – por isso um contrato inteligente.
Com o Drex, será possível dar o ok e finalizar essa transação ao mesmo tempo, garantindo tanto que o consumidor receba o produto da maneira correta, quanto o vendedor receba o dinheiro após cumprir com todas as suas obrigações.
Mas existem outras relações que permitem o uso do Drex. Imagine que você decidiu fazer um empréstimo bancário e ofereceu como garantia ao banco aplicações que possui no Tesouro Direto. Esses títulos só irão para o banco no caso do não pagamento do empréstimo. Caso você pague corretamente os valores acordados, nada acontece e a garantia apresentada continua em seu nome e rendendo normalmente.
Tecnologia por trás do Drex
Tudo isso será possível graças à tecnologia por trás do Drex, que é uma combinação avançada de infraestrutura de blockchain com sistemas de segurança cibernética de última geração e algoritmos personalizados. Essa junção garante a confiabilidade, a segurança e ainda traz velocidade para as transações.
O Drex é construído em cima de uma blockchain de permissão controlada pelo Banco Central, ou seja, apenas as entidades autorizadas podem participar dessa rede.
Já os algoritmos personalizados foram projetados para trazer agilidade na validação das transações. A ideia é eliminar a latência observada no uso de criptomoedas, melhorando a experiência dos usuários.
Por fim, uma das principais características dessa nova modalidade do Banco Central é a capacidade de se integrar facilmente aos sistemas financeiros já existentes. Dessa forma, as instituições financeiras e plataformas de pagamento terão facilidade em adotar a moeda digital em suas operações.