Muita gente só fala em SRE quando a casa já pegou fogo. A produção caiu, os clientes reclamaram, o time de engenharia está exausto e a liderança já não tem clareza sobre onde está o real gargalo da operação.
É um padrão que se repete: empresas com estruturas robustas, sistemas modernos, mas sem uma engenharia de confiabilidade real. A pergunta que costumo fazer nesses casos é simples:
Você quer que seu sistema funcione, ou quer saber por que ele funciona — e até onde ele aguenta? A abordagem de Site Reliability Engineering (SRE) existe justamente para isso: garantir que sua operação digital esteja sempre disponível, escalável e monitorada sob métricas que fazem sentido para o negócio, não só para o time técnico.
Mas então, qual é o momento certo para estruturar uma frente de SRE? A resposta curta: quando os sinais de risco já começaram a aparecer.
Os sintomas estão aí. O problema é que a maioria ignora!
Se a sua operação apresenta algum dos pontos abaixo, é provável que a ausência de SRE esteja limitando seu crescimento (e elevando o risco de falha crítica):
- Alta frequência de incidentes não monitorados O time resolve, mas ninguém sabe direito o que causou o problema. Os logs não conversam, os alertas são genéricos e as análises pós-incidente não geram ação concreta.
- Downtime impactando o cliente final ou o faturamento Quedas que acontecem nos piores momentos: datas com pico de acesso, virada de mês, black friday interna. Se o sistema não responde quando mais se precisa, o custo vai além da técnica — afeta a confiança.
- Deploys que quebram a produção O time entrega rápido, mas não com segurança. Feature nova chega, mas leva junto instabilidade. Isso é reflexo direto de pipelines mal controlados e ausência de automação inteligente.
- Falta de SLOs claros (e realistas) Service Level Objectives que não conversam com o negócio são só enfeite. Se você não mede a confiabilidade com base em metas alinhadas à estratégia, está navegando no escuro.
- Desgaste constante da equipe de engenharia Time técnico que vira plantonista, respondendo a incidentes fora do horário, com burnout crescente. A consequência direta da ausência de previsibilidade, processos e confiabilidade.
SRE não é sobre apagar incêndio — é sobre desenhar um sistema que não pega fogo
Na Ivy, já implementamos SRE em empresas de grande porte, com ambientes críticos que não podiam parar. O padrão que observamos é claro: quanto antes a engenharia de confiabilidade entra no jogo, mais estratégico o papel da TI se torna.
Implementar SRE não significa criar mais um silo. É integrar confiabilidade, observabilidade, automação e cultura operacional numa mesma abordagem sistêmica.
Isso envolve:
- Definir e rastrear SLOs alinhados ao negócio
- Aplicar práticas como blameless postmortem e chaos engineering
- Utilizar ferramentas como Prometheus, Grafana, Loki e OpenTelemetry de forma integrada
- Criar playbooks automatizados para resposta a incidentes
- Estabelecer limites de erro (error budgets) que sustentam decisões de produto e engenharia
Mais do que uma área, SRE é uma nova forma de enxergar sua operação digital: com dados, com contexto e com controle.
A confiabilidade não pode ser um projeto futuro. Ela precisa estar no centro da operação hoje — principalmente se a sua empresa está em fase de crescimento, integração de sistemas, fusões ou expansão geográfica.
Se você é líder de tecnologia, produto ou inovação, e sente que sua operação está no limite, vale conversar. Na Ivy S/A, atuamos como parceiros estratégicos na estruturação de times, processos e ferramentas para transformar confiabilidade em vantagem competitiva.
Falar sobre SRE hoje é uma forma de garantir que seu sistema estará de pé amanhã.